A crise de sociabilidade no mundo burguês, decorrente das contradições sociais dilacerantes, se expressa numa crise da identidade humana e seus referentes antropológicos. A crise antropológica que atinge a civilização do capital decorre de suas próprias formas societais estranhadas, originando-se de seus nexos internos, baseados no trabalho estranhado que tende a reduzir a vida humano-genérico à sua dimensão animal. A perda do sentido da vida é uma das principais determinações da crise antropológica que assume, no decorrer do século XX, múltiplas dimensões (uma delas é a própria negação e metamorfose da corporalidade humana). O ápice derradeiro da crise antropológica da civilização do capital é a bárbarie. O capital tende a se apropriar de lendas (e mitos) do tempo passado para traduzir, à exaustão, sua negação da dimensão antropomorfica. O viés fetichista da reprodução social no mundo burguês tende a projetar tal ameaça à identidade do homem em causalidades externas à si próprio. Deste modo, tende a se atribuir ao Outro estranhado, que pode ser uma raça, cultura ou ideologia (ou qualquer contingência de ordem natural), a culpa pelas inversões sócio-históricas e metamorfoses antropológicas intrínsecas à lógica societal do capital.
Filmes indicados:
- O Lobisomem, de Joe Johnston;
- A Mosca, de David Cronenberg;
- Homem-Aranha, de Sam Raimi;
- Hulk, de Louis Leterrier ;
- O Homem-Elefante, de Davod Lynch.
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