quarta-feira, 2 de maio de 2012

It's only rock n' roll: por uma Sociologia do Rock


Programa da Disciplina de Sociologia do Rock, da Unipampa


Prof. Dr. Cesar Beras


1. Introdução
Por que estudar o rock n' roll? Só para conhecer mais a historia do rock? Ver seu funcionamento dentro da indústria cultural? Ver sua relação com a problemática das drogas, do comportamento da juventude? Ver sua evolução enquanto estilo musical? Só para evidenciar sua importância? Ou talvez para focá-lo como um estilo de vida?
 Não...isso, e muito mais, já existe e tem versões à disposição e à vontade para qualquer gosto.
 Quando uma forma de expressão artística e cultural atinge efetivamente a sociedade e contribui na formação sociológica e histórica da época, é necessário um aprofundamento neste movimento para entendermos todo o contexto social envolvido e, a influência desse movimento na sociedade atualmente. O rock n' roll, apesar de ser um estilo musical, não pode ser visto apenas dessa maneira, já que foi muito mais abrangente que isto. O rock é uma manisfestação cultural em larga escala, que se estende através da sociedade em seus mais variados meios, desde da moda e da cultura popular, até a política e as questões mundiais. Devido à todo esse impacto na sociedade e a influência que ela exerce atualmente, nasce a necessidade da disciplina Sociologia do Rock, a fim de esclarecer à que ponto o rock influenciou e nos influencia até hoje.
2. Bases conceituais
A preocupação central, então, ao se pensar uma Sociologia do rock, é a de pensar o rock enquanto um fenômeno social configuracional ou seja produto do padrão mutável da interpenetração de diversos sujeitos que conformam um efeito reticular estruturante.
 Isto significa reconhecer três dimensões de uma configuração: ela tem como base a existência de uma sociedade conflituosa (I), onde os seres humanos, estão em constante luta entre si, para a afirmação de suas necessidades. As relações sociais são relações de poder (este entendido como a diminuição da interdependência de um ser humano pelo outro). Logo o rock seria visto como uma necessidade simbólica a ser satisfeita. Esta é uma primeira aproximação, a partir da compreensão de poder: Característica estrutural de uma relação, que a penetra totalmente; como característica estrutural que é, não é boa nem má. Pode mesmo ser boa e má. Dependemos dos outros; os outros dependem de nós. Na medida em que somos mais dirigidos pelos outros do que por nós, estes têm poder sobre nós, quer nos tenhamos tornado dependentes deles pela utilização que fazem da força bruta ou pela necessidade que tenhamos de ser amados, necessidade de dinheiro, de cura, de estatuto, de uma carreira ou simplesmente de estimulo (ELIAS, 1970, p. 101).
 Enquanto configuração, é fruto não de uma estrutura social somente e muito menos fruto da pura ação social, mas, uma síntese possível da interação entre diversos indivíduos. Logo é um fenômeno social no momento que representa um determinado produto polissêmico e multifacetado. Assim o rock seria visto como diversidade e não homogeneidade.
Simultaneamente enquanto configuração o fenômeno social é uma ação reticular ou seja não fruto de uma intencionalidade, mas o resultado de uma interação complexa em aberto: “Tensões que emergem dentro da rede humana”, as quais têm como característica central o fato de “as pessoas mudarem uma em relação às outras e através de sua relação mútua, de estarem continuamente moldando-se e remoldando-se em relação às outras [...]” (Elias, 1990, p. 29). Ou seja o rock esta sempre se modificando. Sendo que:
… as oportunidades entre as quais a pessoa assim se vê forçada a optar não são, em si mesmas, criadas por essa pessoa. São prescritas e limitadas pela estrutura específica de sua sociedade e pela natureza das funções que as pessoas exercem dentro dela e seja qual for a oportunidade que ela aproveite, seu ato entremeará com os de outra pessoas; desencadeará outra sequências de ações, cuja direção e resultado provisório não dependerão desse indivíduo, mas da distribuição do poder e da estrutura das tensões em toda essa rede humana móvel (ELIAS, 1990, p. 48).
Nesta perspectiva do rock como necessidade simbólica (relação de poder), algo heterogêneo e em constante modificação, pode-se dimensioná-lo enquanto elemento constitutivo de uma interação social constantemente conflituosa: um pressuposto normativo da perspectiva teórica de Elias é a necessidade de perceber o conflito como um elemento constitutivo dos processos de interação social. Isso implica em não partilhar visões que unilateralizam e isolam o conflito, transformando-o em uma leitura conceitual pragmática do bem contra o mal, ou que o tornem, essencialmente, o desestruturador do tecido social. Ao contrário, o conflito (visto como as situações de luta cotidiana por idéias, valores e/ou bens materiais) é uma força unificadora e configuracional da realidade.(Beras 2009)
Nesta perspectiva, Simmel (1983, p.122) concebe o conflito como uma forma de sociação:
Se toda interação entre homens é uma sociação, o conflito-afinal, uma das mais vividas interações e que, além disso, não pode ser exercida por um indivíduo apenas - deve certamente ser considerada uma sociação. E de fato os fatores de dissociação – ódio, inveja, necessidade, desejo – são as causas do conflito; esse irrompe devido a essas causas.
Novamente em Beras(2009):
 Verifica-se que o conflito é uma forma de sociação e uma dimensão constitutiva da realidade “inter–humana”. É um elemento dinâmico constitutivo da sociedade. Para Simmel, a Sociologia é idêntica à Geometria quando se propõe a explorar as formas das relações sociais e não o seu conteúdo. Seu conceito de sociação baseia-se no reconhecimento de que a sociedade é “algo que acontece, que está acontecendo” (Moraes Filho, 1983, p.21).
Logo, buscaremos abordar o rock n' roll,em uma perspectiva sociológica, entendendo-o como uma configuração(relações simbólicas de poder, interpenetração heterogênea e em fluxo constante) ou seja uma sociação. Logo um elemento dinâmico constitutivo da sociedade. Assim objetivaremos em uma disciplina acadêmica:
Pensar a configuração do rock a partir da sociedade e de forma inversa a própria configuração da sociedade a partir do rock.
 A disciplina de Sociologia do Rock tem por objetivo compreender como este gênero musical vem difundindo-se desde seus primeiros passos: sua pré-historia e o início na década de 50 até os dias de hoje, no mundo, na América Latina e no Brasil. Entende-lo como elemento que perpassa o contexto histórico, agrega-se a realidade, interfere diretamente na esfera política, social, econômica e cultural, assim como é afetado por ela.
 Nesta perspectiva, completando o objetivo acima, um conceito que pode facilitar a linha de pesquisa pretendida, além do de configuração/sociação é o de intercessores, como instrumento que possibilite perceber a relação entre rock e sociedade como um ato criador. Experimentar, assim conhecer o rock não somente como fenômeno em si, rompendo com a análise histórica em si, e percebe-lo como um encontro entre a sociedade, a vida, a historia e a construção do conhecimento .
 Além do contexto histórico que afeta o rock e como isso muda a cena para o rock enquanto arte, também veremos o rock como intercessor na história e na formação da sociedade. Perceber que:
“Pensar não é o exercício natural de uma faculdade. O pensamento não pensa sozinho e por si mesmo, como também não é perturbado por forças que lhe permaneceriam exteriores. Pensar depende necessariamente das forças que se apoderam do pensamento.”
Assim intercessores são quaisquer encontros que fazem com que o pensamento saia de sua imobilidade natural, de seu estupor. Sem os intercessores não há criação. Sem eles não há pensamento:
O essencial são os intercessores. A criação são os intercessores. Podem ser pessoas – para um filósofo, artistas ou cientistas; para um cientista, filósofos ou artistas – mas também coisas, plantas, até animais, como em Castañeda. Fictícios ou reais, animados ou inanimados, é preciso fabricar seus próprios intercessores. (Deleuze, 1988, p. 156)
Enfim, perceber, a ênfase dada ao Rock como estilo de vida nas comunidades, como estruturantes de relações, e como o rock propõe as mudanças no modo de agir e atuar na sociedade.
3. Panorama Sociológico
Portanto, um primeiro desafio é o de estabelecer a conexão entre o processo de transformação da sociedade no seculo XX e o surgimento e desenvolvimento do rock n' roll- considerando sua pré-história - 1940, surgimento - 1950 e percurso até o século XXI, considerando três níveis: Mundo(EUA, Inglaterra), América Latina e Brasil.
De forma geral e muito sintética o século XX caracteriza-se por quatro fenômenos globais em sua parte ocidental:
   1. O surgimento, desenvolvimento e colapso das experiencias socialistas comunistas entre 1917/Revolução Russa e 1989/Queda do Muro de Berlin. Isto configurou a politica internacional a partir da guerra fria e sua divisão geográfica bipolar, a constante ameaça de uma guerra nuclear e o embate ideológico forte e permanente que se expressa em todos os níveis, inclusive (talvez principalmente) o cultural. Temos neste período quatro décadas de rock n' roll: 1950, com Chucky Berry e Elvis, 1960 com os Beatles, Rolling Stones, Led, Floyd, e etc ,1970 com Ramones, Pistols e muito mais e 1980 com o indie pop(Pixies.etc) isto considerando somente em nível mundial.
   2. A intensificação do processo de globalização da economia, principalmente a partir de 1970, com a disseminação do chip de computador e da bio-tecnologia (alto desenvolvimento técnico científico). Começamos a ter novas experiências de tempo e de espaço e uma tripla transformação no sistema capitalista: do modelo de acumulação rígido (Ford/Taylor) para um modelo de acumulação flexível (toytismo..) com base na crescente automatização e gerando o desemprego estrutural; a crise das formas de Welfare State e o surgimento de experiências neo-liberais incapazes de dar conta das crescentes contradições urbanas e a mudança do padrão de sociabilidade com base na família nuclear que implode por razões do aumento da complexidade do processo de sobrevivência e o simultâneo desemprego em massa levando ao aumento da individualidade enquanto individualismo competitivo. Era o surgimento do punk rock e a partir daí sua constante diversificação de 1980 até hoje.
   3. O acontecimento das duas guerras mundiais(1914 – 1918 e 1939 - 1945) que simultaneamente: reconfiguraram a geopolitica mundial , estabelecendo as bases da distribuição do poder no mudo tal como o conhecemos hoje (EUA, Europa - depois CEE, divisão centro-periferia..) e demonstrou para o mundo o quão terrível pode ser a ação humana racional: bomba atômica, campos de concentração nazistas, fascismo...)o ser humano matando intencionalmente outro ser humano. O rock surge na sequência destas guerras e vivencia um novo padrão de guerras no mundo: guerras nacionais por limites: Iugoslávia - Bósnia-Herzegovina, Sarajevo, por disputas de recursos: Iraque...
Políticas: Vietnã, além de diversas ditaduras civis e militares (na América latina em geral, na Africa).O mundo desde seu inicio caracteriza-se por a existência de algum tipo de guerra e o rock refletiu isto de diferentes maneiras.
4. A intensificação da cibercultura: Hoje as as crises financeiras globais – Desde a queda da bolsa de 1929 nos EUA até novamente a queda da bolsa em 2007, temos ciclicamente colapsos financeiros que apavoram e reconfiguram o mundo. A cada crise o sistema capitalista renova-se e reconfigura os padrões de consumo, as formas de cultura, as formas comunicação , as formas de sentir, experimentar e perceber o mundo. O rock n' roll dialoga com este quadro. Hoje é praticamente impossível imaginar as experiências de tempo e de espaço sem compreender a constituição potente da cibercultura. Imagine as comunicações sem o twitter, o orkut, myspace, facebook, messenger e etc. As pessoas se sociabilizam deforma cibernética diariamente....Este é o cenário em que o rock se desenvolve hoje...a própria vendagem de cds é algo em crise.
4. Breve panorama do rock n' roll
O rock enquanto gênero, surgiu nos Estados Unidos nos anos 50 (década de 1950). Inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, o rock unia um ritmo rápido com pitadas de música negra do sul dos EUA e o country.  Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo. Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. Apareceu pela primeira vez num programa de rádio no estado de Ohio (EUA), no ano de 1951.
A rock na década de 1950 : primeiros passos
 É a fase inicial deste estilo, ganhando a simpatia dos jovens que se identificavam com o estilo rebelde dos cantores e bandas. Surge nos EUA e espalha-se pelo mundo em pouco tempo.
 No ano de 1954, Bill Haley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll. No ano seguinte, surge no cenário musical o "rei do rock" Elvis Presley. Unindo diversos ritmos como a country music e o rhythm & blues. O roqueiro de maior sucesso até então, Elvis Presley, lançaria o disco, em 1956, Heartbreaker Hotel, atingindo vendas extraordinárias. Nesta década, outros roqueiros fizeram sucesso como, por exemplo, Chuck Berry e Little Richard.
O rock nos anos 60: rebeldia e transgressão
 Esta fase marca a entrada no mundo do rock da banda de maior sucesso de todos os tempo : The Beatles. Os quatro jovens de Liverpool estouram nas paradas da Europa e Estados Unidos, em 1962, com a música Love me do. Os Beatles ganham o mundo e o sucesso aumentava a cada ano desta década.
A década de 1960 ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã.
 O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan. Outro grupo inglês começa a fazer grande sucesso : The Rolling Stones.
No final da década, em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período.
 Sob o lema "paz e amor", meio milhão de jovens comparecem no concerto que contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.
Bandas de rock que fizeram sucesso nesta época : The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Jefferson Airplane, Pink Floyd, The Beatles, Rolling Stones, The Doors.
O rock nos anos 70 : disco music, pop rock e punk rock
 Nesta época o rock ganha uma cara mais popular com a massificação da música e o surgimento do videoclipe. Surge também uma batida mais forte e pesada no cenário do rock. É a vez do heavy metal de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Por outro lado, surge uma batida dançante que toma conta das pistas de dança do mundo todo.
 A dance music desponta com os sucessos de Frank Zappa, Creedence Clearwater, Captain Beefheart, Neil Young, Brian Ferry e David Bowie.
Bandas de rock com shows grandiosos aparecem nesta época : Pink Floyd, Genesis, Queen e Yes.
Anos 80 : um pouco de tudo no rock
 A década de 1980 foi marcada pela convivência de vários estilos de rock. O new wave faz sucesso no ritmo dançante das seguintes bandas: Talking Heads, The Smith, The Police.
 Surge em Nova York uma emissora de TV dedicada à música e que impulsiona ainda mais o rock. Esta emissora é a MTV, dedicada a mostrar videoclipes de bandas e cantores.
 Começa a fazer sucesso a banda de rock irlandesa chamada U2 com letras de protesto e com forte caráter político.
Anos 90 : década de fusões e experimentações
 Esta década foi marcada por fusões de ritmos diferentes e do sucesso, em nível mundial, do rap e do reggae. Bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More fundem o heavy metal e o funk, ganhando o gosto dos roqueiros e fazendo grande sucesso.
 Surge o movimento grunge em Seattle, na California. O grupo Nirvana, liderado por Kurt Cobain, é o maior representante deste novo estilo, Soundgarden, Pearl Jam e Alice In Chains também fazem sucesso no cenário grunge deste período.
 O rock britânico ganha novas bandas como, por exemplo, Oasis, Green Day e Supergrass.
5. O Rock no Brasil
 O primeiro sucesso no cenário do rock brasileiro apareceu na voz de uma cantora. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido, no começo da década de 1960. Em meados desta década, surge a Jovem Guarda com cantores como, por exemplo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa fazer sucesso entre os jovens.
 Na década de 1970, surge Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados.
 Na década seguinte, com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como: Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.
6. Metodologia
Metodologia da janela do rock (roteiro de análise):
 a metodologia é uma referencia sendo que para a montagem do programa da disciplina, o item contexto social é determinante e estruturante em relação aos outros
I. música (conjunto, enfase rítmica, estilo vocal, solo instrumental, estrutura harmônica)
II. letras (temas,tipo de mensagem – cultural,politica
III. histórico do artista(condição psicológica,historia musical e marcos importantes da carreira)
IV. Contexto social (cultura jovem e sua relação com a sociedade, movimentos políticos e culturais e a industria musical)
V. Atitude (performance x música)
7. Programa
Ementa: abordar o rock n' roll,em uma perspectiva sociológica, entendendo-o como uma configuração (relações simbólicas de poder, interpenetração heterogênea e em fluxo constante) Logo um elemento dinâmico constitutivo da sociedade. Assim objetivaremos em uma disciplina acadêmica: Pensar a configuração do rock a partir da sociedade e de forma inversa a própria configuração da sociedade a partir do rock. Desde sua pré historia e o início na década de 50 até os dias de hoje, no mudo, na América Latina e no Brasil. Entende-lo como elemento que perpassa o contexto histórico, agrega-se a realidade, interfere diretamente na esfera politica, social, econômica e cultural, assim como é afetado por ela. O rock na perspectiva de possíveis intercessores, como instrumento que possibilite perceber a relação entre rock e sociedade como um ato criador, como um encontro entre a sociedade , a vida, a historia e a construção do conhecimento.
I. Pré-história: África, Europa e EUA
• De Shakespeare aos EUA
• América latina e Brasil
II. O inicio: As primeiras gerações do rock: do pós guerra a contracultura musical
• 1954 – 1955 – a explosão do rock clássico - canções de amor e sexo.
• 1963-1964- invasão inglesa
III. A maturidade: deuses da guitarra, tecnologia, revitalização punk : A industria cultural e a globalização da economia
• 1967-1972-a era de ouro – rebelião
• 1968-1969-a explosão do hard rock
• 1975-1977 – a explosão do punk – canções de amor e sexo
IV . Diversificação: cd´s , video clipes e novos estilos : neoliberalismo e a queda do muro.
• 1980 – Novos estilos e geração MTV
• 1990 – Grunge e fim de século
V. Novas perspectivas? - Inicio do século XXI: os anos 10
• 2000 – o auge do Indie
• 2010 – e agora?
8. Conclusão
  O rock é influenciado, então, por uma sucessão de fatos importantes anteriores à ele, que formam a sua base ideológica, e se concretiza como movimento na expressão dos eventos e dos sentimentos de seu tempo, influenciando e sendo influenciado pela mentalidade da época. Por isso a necessidade da criação desta disciplina. Devido a contribuição que o aprofundamento neste tema pode exercer no individuo, fazendo com que o mesmo consiga entender melhor a que época que vive, e os fatores culturais que afetaram à ele, o que o influenciou sua mentalidade, consequentemente e de que forma o rock altera sua vida e vice versa (intercessores).
  A disciplina da Sociologia do Rock vem com o diferencial de informação de estruturação de conteúdo e conceitos ligados ao rock buscando ver sua influencia na sociedade e a da sociedade no rock.
 Para tanto buscamos trazer diferenciais para apresentar as aulas e os conteúdos. Todas as aulas terão uma dinâmica para construção do conhecimento, isso irá incluir apresentação de slides para facilitar o entendimento e o fluir da aula. De acordo com os temas e com os assuntos, apresentaremos também referências diretas como músicas, letras, fotos e vídeos para a familiarização e assimilação de tal proposta.
 Diferentemente das propostas já apresentadas, tratemos também um estudo paralelo com os acontecimentos que ocorreram na América Latina e no Brasil, de forma que possamos interligar os acontecimentos mundiais à estas esferas .
 Além disto, apresentaremos também, na sua devida escala, um estudo sobre São Borja, visto que a cena local tem sua peculiaridade e seu comportamento.


Bibliografia
FRIEDLANDER. Paul. Rock and Roll – uma historia social. Rio de Janeiro. Editora Record, 2002
MOTA, Nelon. Noites tropicais: solos, improvisos e memórias musicais. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
MCCAIN, Gillian; MCNEIL, Legs. Mate-me por favor. Porto Alegre: L&PM, 1997.
BISKIND, Peter; BULLS, Raging; RIDERS, Easy. Como a geração sexo-drogas-e-rock'n'roll salvou Hollywod. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2009.
Lista de sites de referência:
Diponível em: http://www.suapesquisa.com/rock/
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock_and_roll
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://www.clubrock.com.br/news/historiadorock.htm
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://maxmusic.sites.uol.com.br/metal/hisrock.htm
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://alzeheimer.sites.uol.com.br/histock.htm
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://www.paralerepensar.com.br/historia_do_rock.htm
Acesso em: 01/06/200
Diponível em: http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.icce.rug.nl/~soundscapes/DATABASES/TRA/The_Rock_Window.shtml
Acesso em: 01/06/200

Sociologia da Juventude




Ao longo da História da Cultura Ocidental, a participação dos jovens era desconsiderada nos movimentos e transformações sociais ocorridas ao longo do tempo. A “voz da juventude” foi por muito tempo reclusa aos olhos de uma sociedade conservadora que, na maioria das vezes, ligava o jovem à imaturidade, ignorância e subserviência familiar. No entanto, a partir da segunda metade do século XX, esse cenário começou a sofrer consideráveis transformações. 
A partir da década de 1960, intensas manifestações culturais e políticas juvenis indicavam que o papel do jovem começava a ter outro lugar. Nesse período, podemos destacar a ação do movimento hippie, que se contrapôs aos valores morais de sua época pregando ideais de “paz e amor”, criticando a sociedade de consumo e realizando intensa oposição à Guerra do Vietnã. Embalados pelo prazer, o uso de alucinógenos e o rock’n’roll mostraram o novo lugar da juventude. 
Com o esvaziamento desse primeiro movimento, a geração hippie deu lugar a uma juventude mais conservadora que não mais se simpatizava com a ação transgressora da geração anterior. Os chamados yuppies da década de 1980, mediante a expansão do capitalismo e a competitividade do mercado de trabalho, começaram a estudar cada vez mais cedo, buscando uma carreira profissional proeminente acompanhada do tão sonhado conforto material. 
A consolidação de um mundo cada vez mais integrado pelo processo de globalização provocou uma nova onda de movimentos juvenis que se colocam contra a própria sociedade que o exclui. O movimento punk é um claro exemplo de ação juvenil calcada pela crítica de um sistema que visa padronizar comportamentos em torno de um mundo cada vez mais atrelado aos resultados imediatos e à eficiência. Em contrapartida, essa reação à globalização também trouxe outras consequências.
A juventude nascida na década de 1980 integra, de acordo com alguns estudiosos e analistas, a chamada geração “Z”. O uso desta letra vem do termo inglês “zapping”, ou seja, dar “uma volta”. Essa tal volta, por conseguinte, simboliza a enxurrada de tecnologias que colocaram esses jovens em contato simultâneo com a TV, telefone celular e internet. A facilidade de acesso à informação transforma essa nova geração, de carta maneira, um pouco mais acomodada. 
Em contrapartida, essa nova situação da juventude não indica uma morte das utopias e da ação direta do jovem na sociedade. Por mais que não possamos ver claramente a ascendência de novos movimentos juvenis politizados, não podemos desconsiderar a presença de uma juventude que possui e demonstra suas demandas sob as mais diferentes formas. Enquanto isso, as gerações futuras nos reservam a transformação que os adultos de amanhã talvez não imaginassem.
Por Rainer Sousa - Mestre em História

Papai Noel Velho Batuta - Garotos Podres

Papai Noel velho batuta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo
Aquele porco capitalista


Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres


Pobres, pobres


Mas nós vamos sequestrá-lo
E vamos matá-lo


Por quê?


Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal


Por quê?


Papai Noel velho batuta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo
Aquele porco capitalista


Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres