quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Femen


Conheça as mulheres que ficaram mundialmente famosas por fazer manifestações políticas sem roupa.


Elas puseram os peitos de fora na Suíça (pelo “fim da conspiração” no Fórum Econômico Mundial), em Roma (pela queda de Silvio Berlusconi), em Paris (contra o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Khan) e também em sua terra natal, a Ucrânia, contra a realização da Copa da Uefa no país (que, segundo elas, irá estimular o turismo sexual). “A gente mete o nariz em tudo”, admite Anna Gutsal, 27 anos, líder e fundadora do grupo. Junto com as amigas Sasha Shevchenko, e Oksana Shachko, ela fez o primeiro topless de protesto em 2008, contra a falta d’água no alojamento estudantil da Universidade de Kiev. Não deu certo. Mas o grupo sim: hoje o Femen tem aproximadamente 340 integrantes, das quais 40 participam das manifestações nudistas. Elas geralmente são presas após os protestos e passam 1 ou 2 dias na cadeia, mas dizem que nunca sofreram abuso sexual de policiais – que demonstram medo de tocá-las. “Os seios são armas, como granadas”, diz Sasha. As participantes são recrutadas via redes sociais e pelo site do grupo (femen.livejournal.com), que reúne mulheres de diversas profissões, como jornalista, contadora, designer, bancária e apresentadora de TV. Embora as fotos sempre mostrem manifestantes jovens, magras e bonitas, as Femen dizem que isso é uma escolha dos fotógrafos - e que não há restrição de idade (a participante mais velha tem 63 anos) nem de aparência para fazer parte do grupo. “A gente mantém a forma correndo para não ser presa”, brinca Anna.

No Brasil


24.jun.2012 - Sara Winter, primeira brasileira a integrar o grupo ativista Femen, é detida durante protesto contra a Eurocopa próximo ao estádio de Kiev, capital da Ucrânia

A repercussão da prisão da ativista Sara Winter, 20, em junho, na Ucrânia, não poderia ter efeito de marketing melhor para a criação do braço brasileiro do Femen, grupo feminista que protesta fazendo topless. Após retornar do rápido intercâmbio com as fundadoras do movimento e dar inúmeras entrevistas, Sara hoje se desdobra para tentar dar conta da procura pelo ativismo. São cerca de 100 e-mails por semana de mulheres candidatas a lutar contra o machismo e a exploração sexual exibindo os seios.

A primeira delas foi a estudante de Direito Bruna Themis, 21 --como Sara, ela adota um sobrenome fictício para não expor a família. “Eu vi na internet e aquilo me chamou atenção. Depois ouvi uma entrevista da Sara no rádio e mandei um e-mail me candidatando”, conta Bruna, que estreou ao lado de Sara em um protesto a favor da legalização do parto em casa em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo).

Desde então, Bruna e Sara dividem a organização do Femen Brazil recrutando novas ativistas pelo país. Segundo elas, já são 15 candidatas aprovadas em São Paulo, Minas Gerais e Brasília. “Queremos ter mais de 200 mulheres para fazer protesto toda semana no país inteiro. Não há critério de beleza nem limite de idade”, disse Bruna.

Hoje, o Femen já tem cerca de 500 ativistas no mundo e é considerado o principal movimento do neofeminismo.

Processo de seleção

Para virar uma ativista do Femen, contudo, a candidata deve cumprir um ritual pouco convencional que envolve três etapas: 1) ser entrevistada pessoalmente pelo grupo; 2) postar uma foto com os seios à mostra em rede social na internet; 3) realizar um protesto na rua sozinha (monoprotest) de topless.

“A gente precisa ter certeza de que elas estão dispostas a lutar. Até agora uma mulher desistiu na segunda etapa por causa do marido e da filha”, contou Bruna.

Ativista profissional

A procura de novas ativistas e os pedidos de entrevista têm sido tantos que Bruna já planeja deixar em breve o estágio no escritório de advocacia para se dedicar exclusivamente ao Femen. Hoje, ela dá suporte a Sara Winter, primeira integrante do grupo no Brasil e ativista por profissão, para estruturar o movimento e criar fontes de receita para manter o grupo.

Na semana passada, elas inauguraram uma loja online para vender camisetas com o logo do Femen e pedir doações em dinheiro. “Hoje não temos dinheiro nem para viajar para outra cidade de São Paulo. Precisamos começar a fazer nossos protestos e conseguir patrocínio para a nossa luta”, disse Sara, que financia com recursos próprios os deslocamentos entre São Carlos, cidade do interior paulista onde mora com os pais, e São Paulo, onde fica hospedada na casa da amiga Bruna.

Sara conheceu o Femen também por meio do noticiário na internet, em outubro do ano passado. Após trocar vários e-mails com as ativistas ucranianas, recebeu US$ 1.000 de ajuda do grupo, criado há quatro anos, para viajar para a Ucrânia em junho passado, durante a Eurocopa, principal torneio de seleções de futebol da Europa, e aprender como organizar os protestos. Foi detida duas vezes pela polícia local e voltou ao Brasil com mais vontade de protestar.

“Eu vi que os problemas na Ucrânia, com relação à exploração sexual, ao turismo sexual, são os mesmos que aqui. E o fato de ser topless, além de atrair a atenção da mídia, é uma forma de dizer aos homens que nós controlamos a nossa nudez”, explicou Sara, antes de repetir a estatística que virou uma espécie de mantra do grupo: “A cada cinco minutos, uma mulher é agredida no Brasil”.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Lei de Gérson


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Na cultura brasileira, a Lei de Gérson é um princípio em que determinada pessoa age de forma a obter vantagem em tudo que faz, no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais. A "Lei de Gérson" acabou sendo usada para exprimir traços bastante característicos e pouco lisonjeiros do caráter midiático nacional, associados à disseminação da corrupção e ao desrespeito a regras de convívio para a obtenção de vantagens pessoais.
Origem
A expressão originou-se em uma propaganda de 1976 criada pela Caio Domingues & Associados, que havia sido contratada pela fabricante de cigarros J. Reynolds, proprietária da marca de cigarros Vila Rica, para a divulgação do produto. O vídeo apresentava o meia armador Gérson da Seleção Brasileira de Futebol como protagonista.
O vídeo inicia-se associando a imagem de Gerson como "Cérebro do time campeão do mundo da Copa do mundo de 70" sendo narrado pelo entrevistador de terno e microfone em mão, que se passa em um sofá de uma sala de visitas, este entrevistador pergunta o porque de Vila Rica, que durante a resposta recebe um cigarro de Gerson e acende enquanto ouve a resposta, que é finalizada com a frase:
"Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve Vila Rica!".
Mais tarde, o jogador anunciou o arrependimento de ter associado sua imagem ao anúncio, visto que qualquer comportamento pouco ético foi sendo aliado ao seu nome nas expressões Síndrome de Gérson ou Lei de Gérson. O diretor do comercial, José Monserrat Filho, procurando se eximir de responsabilidade, sustenta que o público fez uma interpretação errônea do seu video: "Houve um erro de interpretação, o pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: “levar vantagem não é passar ninguém para trás, é chegar na frente”, mas essa frase não ficou, a sabedoria popular usa o que lhe interessa". Nos anos 80 começaram a surgir sujeiras, escândalos e a população começou a utilizar o termo "Lei de Gérson".

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Complexo de vira-lata


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"Complexo de vira-lata" é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. O Brasil só teria se recuperado do choque (ao menos no campo futebolístico) em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez.[1]
Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico. Segundo ele,
“por 'complexo de vira-lata' entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo[2]”
Ainda segundo Rodrigues,
“o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima.[2]
A expressão complexo de vira-lata (traduzida para "the mongrel complex") foi recuperada em 2004 pelo jornalista estadunidense Larry Rohter, que em matéria para o The New York Times sobre o programa nuclear brasileiro, escreveu:
“Escrevendo nos anos 1950, o dramaturgo Nelson Rodrigues viu seus compatriotas afligidos por um senso de inferioridade, e cunhou a frase que os brasileiros hoje usam para descrevê-lo: "o complexo de vira-lata". O Brasil sempre aspirou a ser levado a sério como uma potência mundial pelos pesos-pesados, e portanto dói nos brasileiros que líderes mundiais possam confundir seu país com a Bolivia, como Ronald Reagan fez uma vez, ou que desconsiderem uma nação tão grande - tem 180 milhões de pessoas - como "não sendo um país sério", como Charles de Gaulle fez.[3]
O Brasil estaria assim, desejoso de ser reconhecido como igual no concerto das nações, mas tropeçaria sucessivamente em sua baixa auto-estima, reforçada pelos incidentes folclóricos acima relatados e outros do mesmo gênero ("a capital do Brasil é Buenos Aires", "os brasileiros falam espanhol", etc.) sucessivamente cometidos pela mídia e autoridades estrangeiras.
Origens do complexo de inferioridade do brasileiro
A idéia de que o povo brasileiro é inferior a outros ou "degenerado" não é nova, e data pelo menos do século XIX (quando por aqui passou o conde francês Arthur de Gobineau, que em 1845, ao desembarcar no Rio de Janeiro, chamou os cariocas de verdadeiros macacos[4]). No século XX, nas décadas de 20 e 30, várias correntes de pensamento digladiavam-se quanto a origem desta suposta inferioridade. Alguns, como Nina Rodrigues, Oliveira Viana e até mesmo Monteiro Lobato, proclamavam que a miscigenação era a raiz de todos os males e que a "raça branca" era superior às demais.
Outros, como Roquette-Pinto, afirmavam que a inferioridade era um problema de ignorância, não de miscigenação[5] (tese recuperada recentemente por Humberto Mariotti). Manuel Bomfim também foi um notável contestador dessa tese em seu livro A América Latina: Males de Origem.[6]
Em 1903, Monteiro Lobato revela-se profundamente pessimista com o potencial do povo brasileiro, por ele assim definido:
“O Brasil, filho de pais inferiores – destituídos desses caracteres fortíssimos que imprimem – um cunho inconfundível em certos indivíduos, como acontece com o alemão, com o inglês, cresceu tristemente – dando como resultado um tipo imprestável, incapaz de continuar a se desenvolver sem o concurso vivificador do sangue de alguma raça original.[7]
Além da origem mestiça, os brasileiros sofreriam com o fato de viverem nos trópicos, onde o clima quente e úmido predisporia os habitantes à preguiça e à luxúria (outra tese cara na época, o determinismo geográfico, dizia que verdadeiras civilizações só podiam se desenvolver no clima temperado).
Todavia, quando Lobato publica Urupês em 1918 (onde retrata o "Jeca Tatu"), a elite brasileira caminhava para nomear outra causa para o "atraso" do país. Com a divulgação de estudos de saúde pública encomendados por Osvaldo Cruz, as más condições sanitárias vigentes no interior do país assumem a principal responsabilidade pela "falta de vigor" e pela "indolência" dos brasileiros. O sanitarismo entra na ordem do dia e o próprio Lobato se engaja no esforço de converter o Brasil num "grande hospital" (nas palavras do médico Miguel Pereira). Esse engajamento atinge o ápice em 1924, quando Lobato publica a "história do Jecatatuzinho", utilizada como propaganda pelo Biotônico Fontoura. Nela, depois de curado "pela ciência", Jeca Tatu torna-se um cidadão exemplar e empreendedor, capaz até mesmo de desbancar a produção do próspero vizinho — um imigrante italiano.[8]
No campo científico
País conhecido por suas criações inventivas (que vão do aeróstato à máquina de escrever, e do avião aos automóveis bicombustíveis), o Brasil jamais teve sua produção científica reconhecida através de um prêmio Nobel (embora alguns gostem de citar Peter Brian Medawar, apenas pela circunstância dele ter nascido no Rio de Janeiro), enquanto outros países sul-americanos tais como Argentina e Venezuela, já conquistaram o seu. Até mesmo um sério candidato como Carlos Chagas em 1921, foi vítima de tamanha campanha de descrédito movida por seus pares brasileiros que naquele ano o Nobel de Fisiologia/Medicina não foi entregue a ninguém.[9]
O neurobiólogo Sidarta Ribeiro lembra que somente em 15 de novembro de 2007 um brasileiro, o neurocientista Miguel Nicolelis, deu uma palestra nos seminários organizados pela Fundação Nobel. Na abertura de sua apresentação, Nicolelis relembrou a final da Copa do Mundo de 1958, quando o Brasil venceu a Suécia de goleada. Até então, o país sofria com o "complexo de vira-lata" provocado pela final de 1950. Da mesma forma, e embora reconhecendo que a produção científica brasileira sofre de "limitação de recursos e de ambição intelectual", Ribeiro ainda assim é otimista quanto ao futuro da pesquisa no país e conclui:
“"é difícil prever quando um brasileiro ganhará o Nobel e que importância isso poderá ter para o país. Se redimir nosso complexo de vira-lata científico, terá inestimável valor".[10]
O complexo de vira-lata por Humberto Mariotti
Na análise efetuada por Humberto Mariotti,[2] o brasileiro, por ainda não ter atingido o estágio de knowledge worker preconizado na década de 1950 por Peter Drucker (no qual o trabalhador domina o conhecimento e se torna menos suscetível aos efeitos devastadores do desemprego), contenta-se com pouco e sente-se satisfeito quando recebe alguma atenção por parte das autoridades. Esta auto-desqualificação já teria atravessado o Atlântico e chegado a Portugal, onde, segundo Mariotti,
“"trabalhador brasileiro é sinônimo de garçom ou peão de construção civil. Nossa única profissão exportável, mesmo assim não qualificada pela educação formal é, como todos sabem, a de futebolista".”
Para Mariotti, vencer este complexo de inferioridade, reforçado pelos sucessivos escândalos de corrupção nos quais o governo brasileiro esteve envolvido nas últimas décadas, só poderá ser satisfatoriamente resolvido através da educação. Todavia, contrariamente a outros, não encara a raiz do problema num alegado deslumbramento brasileiro perante a cultura estrangeira (francesa até as primeiras décadas do século XX e estadunidense daí em diante). Para Mariotti, a baixa auto-estima nacional provocaria uma reação contrária, de supervalorização da cultura nacional, que se encapsularia em si mesma, e rejeitaria o que vem de fora:
“No Brasil, e não só aqui, o nacionalismo cultural inclui a aversão à leitura, e sobretudo àquilo que muitos consideram a mais execrável de todas as atividades: pensar, refletir e discutir idéias com outros também dispostos a fazer isso.[2]
Mariotti conclui afirmando:
“Como todo reducionismo, esse também produz resultados obscurantistas. Essa limitação nos leva, por exemplo, a imitar o que a cultura americana tem de pior (a massificação, a competição predatória, o imediatismo) e a não procurar aprender e praticar o que ela tem de melhor (a pontualidade, a objetividade, a pouca burocracia).”
Reproduções extemporâneas
Debates atuais apontam que mídias, setores educacionais e até empresarias ao reproduzirem determinadas ações estão contribuindo pró complexo de vira-lata. Por exemplo, palavras de efeito em treinamentos cujos autores são todos de culturas estrangeiras por esses debates passa-se a ideologia que não há pensadores com nomes peculiares às culturas locais. O que contribui para a "colonização" ideológica.
Referências
1.        http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=16&id=152 A pátria em chuteiras de Nélson Rodrigues por Fernando Bandini. Em Com Ciência - SBPC/Labjor. Visitado em 16 de novembro de 2007.
2.        http://www.revistabsp.com.br/0608/ensaio1.htm O Complexo de Inferioridade do Brasileiro por Humberto Mariotti. Visitado em 16 de novembro de 2007.
3.        http://www.nytimes.com/2004/10/31/weekinreview/31roht.html?ex=1256965200&en=37262794038df2bd&ei=5088&partner=rssnyt Writing in the 1950's, the playwright Nelson Rodrigues saw his countrymen as afflicted with a sense of inferiority, and he coined a phrase that Brazilians now use to describe it: "the mongrel complex." Brazil has always aspired to be taken seriously as a world power by the heavyweights, and so it pains Brazilians that world leaders could confuse their country with Bolivia, as Ronald Reagan once did, or dismiss a nation so large - it has 180 million people - as "not a serious country," as Charles de Gaulle did. Rohter, Larry "If Brazil Wants to Scare the World, It's Succeeding". The New York Times. Visitado em 16-11-2007.
4.        http://www.bvgf.fgf.org.br/portugues/critica/artigos_imprensa/desconforto.htm O desconforto de não ser branco por Antonio Motta em Biblioteca Virtual Gilberto Freyre. Visitado em 16 de novembro de 2007.
5.        http://www2.anhembi.br/publique/media/pensbra.doc Pensamento social brasileiro por Lina Rodrigues de Faria em Universidade Anhembi Morumbi. Visitado em 16 de novembro de 2007.
6.        SILVA, Sérgio Amaral. Males de Origem: Inferior por quê?. Aventuras na História.
7.        LOBATO, Monteiro. A todo transe in "Literatura do Minarete". São Paulo: Brasiliense, 1959.
8.        http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?menu=95&id=452&sub=490 Monteiro Lobato - Jeca Tatuzinho em Brasil Cultura. Visitado em 16 de novembro de 2007.
9.        DIAS, João Carlos Pinto.Carlos Chagas: Prêmio Nobel em 1921
10.     RIBEIRO, Sidarta. (2008) À espera das uvas suecas. Revista Mente & Cérebro. Janeiro de 2008. Pg. 25. ISSN 1807-1562