terça-feira, 7 de abril de 2009

Chávez elogia discurso de Obama contra armas nucleares

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, elogiou, nesta terça-feira (7), a proposta feita por seu homólogo norte-americano, Barack Obama, de combater a proliferação de armas nucleares.
"Obama disse que o século passado foi de conflitos, e que o atual deve ser de paz. Foi uma boa afirmação", disse Chávez, que concedeu uma entrevista coletiva em Tóquio, no último dia de sua visita oficial ao Japão, onde assinou acordos de cooperação na área de energia no valor de US$ 33,5 bilhões. "Agora eu me atrevo a estender a Obama a mão e dizer a ele que venha para este lado, o dos que desejam de verdade um mundo em paz, dos que amam de verdade a humanidade", afirmou Chávez. Segundo o mandatário, o fato de "o único país que atacou outro com bombas atômicas" ter lançado um chamado para um mundo sem armas nucleares "é estimulante". O presidente fez referência ao ataque norte-americano às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, que foram surpreendidas em agosto de 1945 com o lançamento de duas bombas nucleares, as primeiras e únicas utilizadas em guerra. "O governo de (George W.) Bush era regido pela loucura, a irracionalidade, a imoralidade. O governo de Obama dá alguns sinais positivos que é preciso reconhecer", comparou o venezuelano.No domingo, durante um discurso em Praga, na República Tcheca, onde participou de uma reunião entre Estados Unidos e União Europeia, Obama afirmou que seu país deveria assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e pediu à comunidade internacional que incentive políticas de desarmamento. Chávez também elogiou a atitude dos Estados Unidos de "se desculparem pela utilização das bombas sobre o Japão, no final da Segunda Guerra Mundial". Questionado sobre o lançamento de um foguete feito pela Coreia do Norte também no domingo, ele disse compartilhar da posição russa, segundo a qual "é preciso ter paciência e prudência" para tratar da questão, que é discutida pelo Conselho de Segurança da ONU. O mandatário também garantiu não ter "preconceitos" em relação ao governo de Obama. Ele disse que, por ora, está "apenas observando" a atuação da Casa Branca sob a nova direção, e admitiu que "tudo é possível, inclusive vínculos mais estreitos e diálogos" com Washington. "Isso não seria possível, por exemplo, com o governo de George W. Bush, que tentou acabar com o socialismo na Venezuela e em Cuba", afirmou Chávez. O mandatário disse ainda que o socialismo é a "solução" para os males do mundo, e sustentou que "até Jesus era socialista, pois multiplicava os pães e os peixes, como faz o socialismo", referindo-se ao feriado da Páscoa, no domingo. Encerrada a visita ao Japão, Chávez segue agora para a China, onde deverá assinar acordos de investimentos estimados em US$ 4 bilhões. Este será o quarto país visitado pelo venezuelano em duas semanas, depois de Catar, Irã e Japão.Chávez esteve pela última vez na China há apenas sete meses, com o objetivo de fortalecer a aliança estratégia entre o primeiro produtor de petróleo da América do Sul e o gigante asiático."Há um parto histórico que está fazendo nascer um mundo novo, um novo equilíbrio, uma nova ordem mundial, o mundo pluripolar com o que tanto sonhamos há muito tempo", afirmou Chávez à imprensa ao chegar ao aeroporto de Pequim proveniente de Tóquio."Veio abaixo o poder do império dos Estados Unidos, Mao Tsé Tung acabou tendo razão. Em contrate com o tigre de papel do império, se levantam os novos polos do poder mundial, Pequim, Tóquio e Teerã", afirmou.A respeito de sua visita, afirmou que ela se destina a objetivos concretos em três áreas: fornecer à China um milhão de barris de petróleo diários para 2013, a instalação de refinarias venezuelanas em território chinês e a criação de uma empresa petroleira binacional.

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