Depois de bater os 271.939 que consagraram sua primeira eleição para a Câmara dos Deputados (482.590) Manuela dÁvila - PC do B vai encarar, aos 29 anos, seu segundo mandato federal com maior maturidade e também ainda mais responsabilidade.
Afinal, terá de superar a expectativa de um contingente maior ainda. Deputada do PC do B supera votação obtida em 2006 e faz história ao se tornar a parlamentar mais votada do Estado
– Uma boa votação reforça as convicções, o que é muito positivo. Mostra que não se trata apenas de um fenômeno, que o mandato correspondeu às expectativas da população. Amadureci muito, pessoal e politicamente, estou muito mais preparada – afirmou Manuela no início da noite de ontem, com o ruído da festa no comitê eleitoral ao fundo.
Jornalista formada pela PUCRS, Manuela começou sua carreira na política estudantil, na União da Juventude Socialista e na União Nacional dos Estudantes. Duas vezes deputada federal mais votada antes dos 30 anos, tem discurso articulado para explicar como concilia a vaidade pessoal com a necessidade de provar que é mais do que um rostinho bonito no Congresso:
– Todas as mulheres profissionais têm de superar a cultura machista, sejam jornalistas, juízas, delegadas.
Mas não sufoca a espontaneidade da juventude durante a primeira conversa que perscruta seu sentimento diante de votação tão expressiva.
– Me desculpa se eu chorar, mas és a primeira pessoa com quem eu falo, não falei nem com minha mãe ainda – confessa à repórter.
A militante elevada à condição de musa do Parlamento conta que enfrentou preconceito muito maior em Brasília do que estava habituada a lidar no Estado:
– Ir para Brasília foi uma experiência política e pessoal muito intensa. Enfrentei um ambiente muito mais árduo do que estava habituada na Câmara de Vereadores.
Depois de acentuar a defesa dos jovens – considera a Lei do Estágio a maior marca em seu primeiro mandato –, Manuela pretende marcar a nova jornada pela atuação na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. Isso significa que, passada a eleição, deve defender a redução de jornada sem redução de salário, proposta que não tem apoio da sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff.
– É uma área nova para mim, é um trabalho que quero manter. A questão da divergência é só quanto a como fazer. Ninguém quer de forma atabalhoada, é preciso um debate entre o setor produtivo e os trabalhadores.
Pouco deve mudar para Manuela no segundo mandato. Só espera uma trégua na vida pessoal, que ficou muito exposta durante o relacionamento de dois anos com o colega deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), agora um dos coordenadores da campanha de Dilma. Manuela diz já ter novo par, mas perguntada sobre as credenciais, desconversa:
– É meu namorado, só.
Maior até que o deputado Zambiazi
A eleição proporcional tem um novo recorde. Com a votação de Manuela D´Ávila, caiu a marca obtida por Sérgio Zambiasi na eleição para a Assembleia em 1986. Naquela época, concorrendo pelo PMDB, teve uma votação de 365.381
do Jornal Zero Hora 04/10/2010
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