Tudo começou por causa de 20 centavos. O Movimento Passe-Livre (MPL), um grupo apartidário (e não anti-partidário, visto que seus membros são filiados em partidos políticos, de esquerda, por sinal) surgiu em 2005 para lutar pelo fim da tarifa no transporte público. A lógica é simples, se é público tem que ser de graça. Ou alguém paga por escola pública? Ou por hospital público? Pois é.
Em janeiro desse ano, a presidenta Dilma, através de medida provisória, conseguiu uma redução de impostos para as empresas de transporte coletivo permitindo que as tarifas baixassem em até 7,23%. Além disso, foi feito um grande investimento, de quase 9 bilhões de reais, em mobilidade urbana (leia-se transporte público) por conta das obras da Copa do Mundo.
Ou seja, apesar dos esforços do governo federal para baratear o transporte público, muitas capitais tiveram reajuste nas tarifas, aumentando o preço das passagens. O pessoal do MPL, que não estava dormindo nem nada, deu início à protestos contra estes aumentos.
Tudo começou em março, em Porto Alegre. Na capital dos gaúchos, os estudantes foram às ruas e, apesar de taxados de baderneiros pela RBS, conseguiram que o aumento, de R$ 2,85 para R$ 3,05 não ocorresse.
Depois da vitória em Porto Alegre, o pessoal das outras capitais se empolgou e foi pra rua, dando início à essa grande onda de protestos que estão tomando nosso país.
Em São Paulo os movimentos tiveram maior destaque. Para evitar o aumento da tarifa em 20 centavos, a juventude foi para as ruas, mas foi violentamente reprimida pela polícia paulista (que diga-se de passagem é a mais violenta do mundo). Ordens do governador Geraldo Alckmin, que sempre tratou os movimentos sociais com truculência.
Depois de tanta violência policial e a não veiculação dessa violência pela Globo, mais gente foi se somando aos protestos. Na internet todo mundo viu os abusos da polícia. Não era mais só pelo 20 centavos. Era contra a violência policial. Era contra a manipulação da mídia.
O movimento foi vitorioso. No Rio e em São Paulo as tarifas tiveram seus preços reduzidos. Porém, graças a mais um movimento de manipulação da mídia os protestos acabaram por se tornarem despolitizados, sem bandeiras concretas, sem rumo. Protestar agora estava na moda. Inclusive, a Glória Khalil deu dicas de moda para se ir às manifestações o mais “cool” possível.
O chamado grupo Anonymous passa a fazer campanha na internet para tentar direcionar as mobilizações, mas estranhamente para uns caras que se dizem anarquistas, a sua proposta é idêntica às dos grupos de extrema-direita (nazistas, skinsheads, facistas de todo o tipo, etc.) O símbolo dos Anonymous, a máscara de Guy Fawkes, se faz cada vez mais presente nas manifestações, mas os manifestantes desconhecem o teor de crítica social dos quadrinhos “V de Vingança” do escritor inglês Alan Moore, declaradamente de esquerda. Usam um símbolo de rebeldia contra o sistema a favor do sistema. Ah, as contradições dos contraditórios são tão contraditórias...
É gente protestando contra a corrupção, querendo mais saúde e mais educação, mas desconhecendo as bandeiras de luta concretas como 10% do PIB para a educação, 10% do PIB para a saúde. Protestando contra os gastos com a Copa (sem saber que os investimentos federais são única e exclusivamente em obras para o país e não estádios). Contra a corrupção, mas desconhecem a Reforma Política. Contra a PEC 37 (porque a Globo e o Anonymous assim quis – será coincidência os dois defenderem as mesmas coisas) mas sem saber do que se tratava.
Os partidos políticos de esquerda (sabe aqueles das bandeiras vermelhas?) que estiveram nas manifestações desde o início começaram a ser hostilizados. Num frenesi anti-democrático e contra a liberdade de expressão, os “sem-partido” começaram a agredir qualquer um que portasse uma bandeira vermelha, fosse de partidos políticos ou até mesmo de centrais sindicais (quem não viu os nazi-fascistas rasgando a bandeira da Centra Única dos Trabalhadores – CUT em rede nacional?) Era tudo que a Globo e as elites mais queriam: o povo na rua protestando contra tudo e, ao mesmo tempo, pelo nada.
A turma do MPL se retirou dos protestos porque não concordava com o rumo fascista que as coisas estavam tomando. O vandalismo começou a crescer nas manifestações. Encapuzados passaram a quebrar, queimar, saquear.
Dentro das manifestações, alguns grupos mais conscientes mantinham o foco e continuavam a luta. Os estudantes, através de suas entidades (a UNE e a UBES) conseguiram que fosse aprovado os royalties do petróleo para a educação. Um aumento nos investimentos, que passaram de 25 para 280 bilhões, em 10 anos.
Quem nunca dormiu não parou e continua lutando. Agora, estudantes e professores querem os 10% do PIB para a educação. Até onde (ou quando) essas manifestações vão não se sabe. Mas é sabido que muita coisa se conseguiu nesses dias. E a luta contra a corrupção se tornou realmente concreta com a Reforma Política.
#vemprarua, mas com consciência, claro.
Em janeiro desse ano, a presidenta Dilma, através de medida provisória, conseguiu uma redução de impostos para as empresas de transporte coletivo permitindo que as tarifas baixassem em até 7,23%. Além disso, foi feito um grande investimento, de quase 9 bilhões de reais, em mobilidade urbana (leia-se transporte público) por conta das obras da Copa do Mundo.
Ou seja, apesar dos esforços do governo federal para baratear o transporte público, muitas capitais tiveram reajuste nas tarifas, aumentando o preço das passagens. O pessoal do MPL, que não estava dormindo nem nada, deu início à protestos contra estes aumentos.
Tudo começou em março, em Porto Alegre. Na capital dos gaúchos, os estudantes foram às ruas e, apesar de taxados de baderneiros pela RBS, conseguiram que o aumento, de R$ 2,85 para R$ 3,05 não ocorresse.
Depois da vitória em Porto Alegre, o pessoal das outras capitais se empolgou e foi pra rua, dando início à essa grande onda de protestos que estão tomando nosso país.
Em São Paulo os movimentos tiveram maior destaque. Para evitar o aumento da tarifa em 20 centavos, a juventude foi para as ruas, mas foi violentamente reprimida pela polícia paulista (que diga-se de passagem é a mais violenta do mundo). Ordens do governador Geraldo Alckmin, que sempre tratou os movimentos sociais com truculência.
Depois de tanta violência policial e a não veiculação dessa violência pela Globo, mais gente foi se somando aos protestos. Na internet todo mundo viu os abusos da polícia. Não era mais só pelo 20 centavos. Era contra a violência policial. Era contra a manipulação da mídia.
O movimento foi vitorioso. No Rio e em São Paulo as tarifas tiveram seus preços reduzidos. Porém, graças a mais um movimento de manipulação da mídia os protestos acabaram por se tornarem despolitizados, sem bandeiras concretas, sem rumo. Protestar agora estava na moda. Inclusive, a Glória Khalil deu dicas de moda para se ir às manifestações o mais “cool” possível.
O chamado grupo Anonymous passa a fazer campanha na internet para tentar direcionar as mobilizações, mas estranhamente para uns caras que se dizem anarquistas, a sua proposta é idêntica às dos grupos de extrema-direita (nazistas, skinsheads, facistas de todo o tipo, etc.) O símbolo dos Anonymous, a máscara de Guy Fawkes, se faz cada vez mais presente nas manifestações, mas os manifestantes desconhecem o teor de crítica social dos quadrinhos “V de Vingança” do escritor inglês Alan Moore, declaradamente de esquerda. Usam um símbolo de rebeldia contra o sistema a favor do sistema. Ah, as contradições dos contraditórios são tão contraditórias...
É gente protestando contra a corrupção, querendo mais saúde e mais educação, mas desconhecendo as bandeiras de luta concretas como 10% do PIB para a educação, 10% do PIB para a saúde. Protestando contra os gastos com a Copa (sem saber que os investimentos federais são única e exclusivamente em obras para o país e não estádios). Contra a corrupção, mas desconhecem a Reforma Política. Contra a PEC 37 (porque a Globo e o Anonymous assim quis – será coincidência os dois defenderem as mesmas coisas) mas sem saber do que se tratava.
Os partidos políticos de esquerda (sabe aqueles das bandeiras vermelhas?) que estiveram nas manifestações desde o início começaram a ser hostilizados. Num frenesi anti-democrático e contra a liberdade de expressão, os “sem-partido” começaram a agredir qualquer um que portasse uma bandeira vermelha, fosse de partidos políticos ou até mesmo de centrais sindicais (quem não viu os nazi-fascistas rasgando a bandeira da Centra Única dos Trabalhadores – CUT em rede nacional?) Era tudo que a Globo e as elites mais queriam: o povo na rua protestando contra tudo e, ao mesmo tempo, pelo nada.
A turma do MPL se retirou dos protestos porque não concordava com o rumo fascista que as coisas estavam tomando. O vandalismo começou a crescer nas manifestações. Encapuzados passaram a quebrar, queimar, saquear.
Dentro das manifestações, alguns grupos mais conscientes mantinham o foco e continuavam a luta. Os estudantes, através de suas entidades (a UNE e a UBES) conseguiram que fosse aprovado os royalties do petróleo para a educação. Um aumento nos investimentos, que passaram de 25 para 280 bilhões, em 10 anos.
Quem nunca dormiu não parou e continua lutando. Agora, estudantes e professores querem os 10% do PIB para a educação. Até onde (ou quando) essas manifestações vão não se sabe. Mas é sabido que muita coisa se conseguiu nesses dias. E a luta contra a corrupção se tornou realmente concreta com a Reforma Política.
#vemprarua, mas com consciência, claro.
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