segunda-feira, 15 de julho de 2013
Por que nossa política é tão burra?
terça-feira, 2 de julho de 2013
Manuela D´Ávila: Reformar a política
Diante da grande onda de manifestações populares, os partidos no Congresso Nacional devem se unir e apoiar a consulta popular sobre reforma política sugerida pela presidente Dilma Rousseff.Os parlamentares devem ouvir a população por meio de plebiscito. As perguntas devem girar em torno daquilo que é central: o financiamento das campanhas eleitorais e o sistema de voto.
Por Manuela D´Ávila*
Esse processo deve ser deflagrado
pelo Congresso, sendo feito o mais rapidamente possível. As
manifestações de rua merecem respostas efetivas, e as pessoas não
aceitarão uma solução pronta, sem debate prévio.
Então, devemos nos perguntar, após 25 anos da Constituição Cidadã, qual é o problema central da política representativa brasileira? Sem dúvida, o financiamento. O PCdoB sempre defendeu o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais.
O dinheiro que financia as candidaturas numa disputa eleitoral deve ser público e exclusivo. A sociedade será a principal beneficiada com essa iniciativa, visto que haverá maior transparência nos pleitos. Primeiro, porque proporcionará maior igualdade de condições entre os candidatos, garantindo a escolha de quem está mais preparado. Isso reduz o abuso do poder econômico, situação que prejudica o processo como um todo nos municípios, nos estados e no país.
Quase diariamente a imprensa publica reportagens sobre casos desse tipo, o que reforça o descrédito de muitos em relação à política e diminui a credibilidade de nossas instituições. Mudar a forma de financiar campanhas, portanto, é a saída para reduzir a corrupção no Brasil. Diga-se de passagem, tema presente em muitas das manifestações populares atuais.
Se não dá para aprovar todas as medidas necessárias, então temos de enfrentar o mais importante: o financiamento público e exclusivo é a peça-chave para superar os desafios que ainda permanecem e melhorar a imagem da política e dos políticos nacionalmente.
Há bastante tempo, a bancada do PCdoB na Câmara faz um grande esforço para construir a reforma política. As pessoas vão às ruas questionar o sistema político porque ele possui, sim, falhas estruturais, e elas precisam ser superadas.
O plebiscito será o caminho para definirmos uma solução em conjunto com a população, que realmente reestruture a política brasileira. A consulta garantirá legitimidade ao processo. Vivemos um momento único. Não podemos perder a oportunidade de melhorar o Brasil.
*Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados
Então, devemos nos perguntar, após 25 anos da Constituição Cidadã, qual é o problema central da política representativa brasileira? Sem dúvida, o financiamento. O PCdoB sempre defendeu o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais.
O dinheiro que financia as candidaturas numa disputa eleitoral deve ser público e exclusivo. A sociedade será a principal beneficiada com essa iniciativa, visto que haverá maior transparência nos pleitos. Primeiro, porque proporcionará maior igualdade de condições entre os candidatos, garantindo a escolha de quem está mais preparado. Isso reduz o abuso do poder econômico, situação que prejudica o processo como um todo nos municípios, nos estados e no país.
Quase diariamente a imprensa publica reportagens sobre casos desse tipo, o que reforça o descrédito de muitos em relação à política e diminui a credibilidade de nossas instituições. Mudar a forma de financiar campanhas, portanto, é a saída para reduzir a corrupção no Brasil. Diga-se de passagem, tema presente em muitas das manifestações populares atuais.
Se não dá para aprovar todas as medidas necessárias, então temos de enfrentar o mais importante: o financiamento público e exclusivo é a peça-chave para superar os desafios que ainda permanecem e melhorar a imagem da política e dos políticos nacionalmente.
Há bastante tempo, a bancada do PCdoB na Câmara faz um grande esforço para construir a reforma política. As pessoas vão às ruas questionar o sistema político porque ele possui, sim, falhas estruturais, e elas precisam ser superadas.
O plebiscito será o caminho para definirmos uma solução em conjunto com a população, que realmente reestruture a política brasileira. A consulta garantirá legitimidade ao processo. Vivemos um momento único. Não podemos perder a oportunidade de melhorar o Brasil.
*Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados
Artigo publicado no jornal O Globo
Sociologia da Juventude
Existem,
dentro da Sociologia, as mais diversas subdivisões: a Sociologia
Criminal, a Sociologia do Esporte, a Sociologia da Religião e muitas
outras. Cada uma delas se dedica a compreender os fatos sociais que
estão relacionados com o assunto específico ao qual pertencem. A
Sociologia do Esporte, por exemplo, vai tentar compreender as
relações humanas que se estabelecem tendo o esporte como pano de
fundo.
Nos
anos 1950 surgiu então esse novo segmento social: a juventude. Estes
novos atores sociais passaram a ocupar um papel de destaque na
sociedade devido ao fato de serem agentes de transformação, isto é,
que buscavam novas formas de participação e atuação na sociedade.
Nos
anos 1960 então, estes jovens tomaram as ruas dos mais diversos
países, pelos mais diferentes motivos, notadamente no Maio de 1968,
na França. Diferente dos conflitos de classe de até então, eles
travavam uma luta que não era marcada exclusivamente pelo combate de
ideias da Guerra Fria: capitalismo x socialismo.
Então,
logo também se fez necessária a compreensão da realidade social
que está relacionada à essa faixa etária, surgindo assim a
Sociologia da Juventude.
Nas
décadas que se seguiram, anos 1970, 1980, 1990 e 2000, a juventude
ainda jogou um papel bastante importante como agente de transformação
social, mas só veio a se tornar protagonista novamente com as
manifestações que vem tomando o mundo atualmente.
Impulsionada
pelas novas tecnologias informacionais de comunicação, hoje a
juventude resgata o poder de mobilização de outrora e novamente
ocupa lugar de destaque nas mudanças que sacodem o mundo hoje.
Compreender
a juventude como esse segmento social possuidor de grande poder de
mobilização é a principal justificativa da necessidade da
existência da chamada Sociologia da Juventude.
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Protestos no Brasil - Tem gente que só acordou agora
Tudo começou por causa de 20 centavos. O Movimento Passe-Livre (MPL), um grupo apartidário (e não anti-partidário, visto que seus membros são filiados em partidos políticos, de esquerda, por sinal) surgiu em 2005 para lutar pelo fim da tarifa no transporte público. A lógica é simples, se é público tem que ser de graça. Ou alguém paga por escola pública? Ou por hospital público? Pois é.
Em janeiro desse ano, a presidenta Dilma, através de medida provisória, conseguiu uma redução de impostos para as empresas de transporte coletivo permitindo que as tarifas baixassem em até 7,23%. Além disso, foi feito um grande investimento, de quase 9 bilhões de reais, em mobilidade urbana (leia-se transporte público) por conta das obras da Copa do Mundo.
Ou seja, apesar dos esforços do governo federal para baratear o transporte público, muitas capitais tiveram reajuste nas tarifas, aumentando o preço das passagens. O pessoal do MPL, que não estava dormindo nem nada, deu início à protestos contra estes aumentos.
Tudo começou em março, em Porto Alegre. Na capital dos gaúchos, os estudantes foram às ruas e, apesar de taxados de baderneiros pela RBS, conseguiram que o aumento, de R$ 2,85 para R$ 3,05 não ocorresse.
Depois da vitória em Porto Alegre, o pessoal das outras capitais se empolgou e foi pra rua, dando início à essa grande onda de protestos que estão tomando nosso país.
Em São Paulo os movimentos tiveram maior destaque. Para evitar o aumento da tarifa em 20 centavos, a juventude foi para as ruas, mas foi violentamente reprimida pela polícia paulista (que diga-se de passagem é a mais violenta do mundo). Ordens do governador Geraldo Alckmin, que sempre tratou os movimentos sociais com truculência.
Depois de tanta violência policial e a não veiculação dessa violência pela Globo, mais gente foi se somando aos protestos. Na internet todo mundo viu os abusos da polícia. Não era mais só pelo 20 centavos. Era contra a violência policial. Era contra a manipulação da mídia.
O movimento foi vitorioso. No Rio e em São Paulo as tarifas tiveram seus preços reduzidos. Porém, graças a mais um movimento de manipulação da mídia os protestos acabaram por se tornarem despolitizados, sem bandeiras concretas, sem rumo. Protestar agora estava na moda. Inclusive, a Glória Khalil deu dicas de moda para se ir às manifestações o mais “cool” possível.
O chamado grupo Anonymous passa a fazer campanha na internet para tentar direcionar as mobilizações, mas estranhamente para uns caras que se dizem anarquistas, a sua proposta é idêntica às dos grupos de extrema-direita (nazistas, skinsheads, facistas de todo o tipo, etc.) O símbolo dos Anonymous, a máscara de Guy Fawkes, se faz cada vez mais presente nas manifestações, mas os manifestantes desconhecem o teor de crítica social dos quadrinhos “V de Vingança” do escritor inglês Alan Moore, declaradamente de esquerda. Usam um símbolo de rebeldia contra o sistema a favor do sistema. Ah, as contradições dos contraditórios são tão contraditórias...
É gente protestando contra a corrupção, querendo mais saúde e mais educação, mas desconhecendo as bandeiras de luta concretas como 10% do PIB para a educação, 10% do PIB para a saúde. Protestando contra os gastos com a Copa (sem saber que os investimentos federais são única e exclusivamente em obras para o país e não estádios). Contra a corrupção, mas desconhecem a Reforma Política. Contra a PEC 37 (porque a Globo e o Anonymous assim quis – será coincidência os dois defenderem as mesmas coisas) mas sem saber do que se tratava.
Os partidos políticos de esquerda (sabe aqueles das bandeiras vermelhas?) que estiveram nas manifestações desde o início começaram a ser hostilizados. Num frenesi anti-democrático e contra a liberdade de expressão, os “sem-partido” começaram a agredir qualquer um que portasse uma bandeira vermelha, fosse de partidos políticos ou até mesmo de centrais sindicais (quem não viu os nazi-fascistas rasgando a bandeira da Centra Única dos Trabalhadores – CUT em rede nacional?) Era tudo que a Globo e as elites mais queriam: o povo na rua protestando contra tudo e, ao mesmo tempo, pelo nada.
A turma do MPL se retirou dos protestos porque não concordava com o rumo fascista que as coisas estavam tomando. O vandalismo começou a crescer nas manifestações. Encapuzados passaram a quebrar, queimar, saquear.
Dentro das manifestações, alguns grupos mais conscientes mantinham o foco e continuavam a luta. Os estudantes, através de suas entidades (a UNE e a UBES) conseguiram que fosse aprovado os royalties do petróleo para a educação. Um aumento nos investimentos, que passaram de 25 para 280 bilhões, em 10 anos.
Quem nunca dormiu não parou e continua lutando. Agora, estudantes e professores querem os 10% do PIB para a educação. Até onde (ou quando) essas manifestações vão não se sabe. Mas é sabido que muita coisa se conseguiu nesses dias. E a luta contra a corrupção se tornou realmente concreta com a Reforma Política.
#vemprarua, mas com consciência, claro.
Em janeiro desse ano, a presidenta Dilma, através de medida provisória, conseguiu uma redução de impostos para as empresas de transporte coletivo permitindo que as tarifas baixassem em até 7,23%. Além disso, foi feito um grande investimento, de quase 9 bilhões de reais, em mobilidade urbana (leia-se transporte público) por conta das obras da Copa do Mundo.
Ou seja, apesar dos esforços do governo federal para baratear o transporte público, muitas capitais tiveram reajuste nas tarifas, aumentando o preço das passagens. O pessoal do MPL, que não estava dormindo nem nada, deu início à protestos contra estes aumentos.
Tudo começou em março, em Porto Alegre. Na capital dos gaúchos, os estudantes foram às ruas e, apesar de taxados de baderneiros pela RBS, conseguiram que o aumento, de R$ 2,85 para R$ 3,05 não ocorresse.
Depois da vitória em Porto Alegre, o pessoal das outras capitais se empolgou e foi pra rua, dando início à essa grande onda de protestos que estão tomando nosso país.
Em São Paulo os movimentos tiveram maior destaque. Para evitar o aumento da tarifa em 20 centavos, a juventude foi para as ruas, mas foi violentamente reprimida pela polícia paulista (que diga-se de passagem é a mais violenta do mundo). Ordens do governador Geraldo Alckmin, que sempre tratou os movimentos sociais com truculência.
Depois de tanta violência policial e a não veiculação dessa violência pela Globo, mais gente foi se somando aos protestos. Na internet todo mundo viu os abusos da polícia. Não era mais só pelo 20 centavos. Era contra a violência policial. Era contra a manipulação da mídia.
O movimento foi vitorioso. No Rio e em São Paulo as tarifas tiveram seus preços reduzidos. Porém, graças a mais um movimento de manipulação da mídia os protestos acabaram por se tornarem despolitizados, sem bandeiras concretas, sem rumo. Protestar agora estava na moda. Inclusive, a Glória Khalil deu dicas de moda para se ir às manifestações o mais “cool” possível.
O chamado grupo Anonymous passa a fazer campanha na internet para tentar direcionar as mobilizações, mas estranhamente para uns caras que se dizem anarquistas, a sua proposta é idêntica às dos grupos de extrema-direita (nazistas, skinsheads, facistas de todo o tipo, etc.) O símbolo dos Anonymous, a máscara de Guy Fawkes, se faz cada vez mais presente nas manifestações, mas os manifestantes desconhecem o teor de crítica social dos quadrinhos “V de Vingança” do escritor inglês Alan Moore, declaradamente de esquerda. Usam um símbolo de rebeldia contra o sistema a favor do sistema. Ah, as contradições dos contraditórios são tão contraditórias...
É gente protestando contra a corrupção, querendo mais saúde e mais educação, mas desconhecendo as bandeiras de luta concretas como 10% do PIB para a educação, 10% do PIB para a saúde. Protestando contra os gastos com a Copa (sem saber que os investimentos federais são única e exclusivamente em obras para o país e não estádios). Contra a corrupção, mas desconhecem a Reforma Política. Contra a PEC 37 (porque a Globo e o Anonymous assim quis – será coincidência os dois defenderem as mesmas coisas) mas sem saber do que se tratava.
Os partidos políticos de esquerda (sabe aqueles das bandeiras vermelhas?) que estiveram nas manifestações desde o início começaram a ser hostilizados. Num frenesi anti-democrático e contra a liberdade de expressão, os “sem-partido” começaram a agredir qualquer um que portasse uma bandeira vermelha, fosse de partidos políticos ou até mesmo de centrais sindicais (quem não viu os nazi-fascistas rasgando a bandeira da Centra Única dos Trabalhadores – CUT em rede nacional?) Era tudo que a Globo e as elites mais queriam: o povo na rua protestando contra tudo e, ao mesmo tempo, pelo nada.
A turma do MPL se retirou dos protestos porque não concordava com o rumo fascista que as coisas estavam tomando. O vandalismo começou a crescer nas manifestações. Encapuzados passaram a quebrar, queimar, saquear.
Dentro das manifestações, alguns grupos mais conscientes mantinham o foco e continuavam a luta. Os estudantes, através de suas entidades (a UNE e a UBES) conseguiram que fosse aprovado os royalties do petróleo para a educação. Um aumento nos investimentos, que passaram de 25 para 280 bilhões, em 10 anos.
Quem nunca dormiu não parou e continua lutando. Agora, estudantes e professores querem os 10% do PIB para a educação. Até onde (ou quando) essas manifestações vão não se sabe. Mas é sabido que muita coisa se conseguiu nesses dias. E a luta contra a corrupção se tornou realmente concreta com a Reforma Política.
#vemprarua, mas com consciência, claro.
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