"A maioria das pessoas que escuta a palavra "funk" logo pensa no ritmo dançante que domina o Rio de Janeiro e faz "cachorras e popozudas" rebolarem, mesmo que as letras das músicas sejam pornográficas ou as insultem. Mas pouca gente sabe que, na verdade, este gênero musical chama-se "miami bass" e é bem diferente do conceito original de FUNK.
O verdadeiro funk nasceu nos anos 1930, nos EUA, como uma vertente mais dançante da soul music, e inicialmente não tinha nada de eletrônico. Era sim, um ritmo tocado com banda, que influenciou e foi influenciado pelo rock, mas nunca perdeu sua identificação com a comunidade negra - ao contrário do rock, que foi "adotado" pelos brancos.
O verdadeiro funk tem como principal expoente o imortal James Brown, que faleceu no Natal de 2006, logo após completar 50 anos de carreira, mas deixou sua herança em influências que vão do próprio soul ao rock e, principalmente, ao rap, que o tem como uma espécie de "guru". O verdadeiro funk não é pornográfico, mas sim nasceu como forma de exaltar o orgulho negro e fazer dançar. Uma das máximas de James Brown é "Say it loud, I'm black and I'm proud" ("Diga alto: sou negro e tenho orgulho disso"), lema que tornou-se a trilha sonora preferida do Movimento Black Power.
Outros nomes praticamente desconhecidos dos "funkeiros" de hoje também ajudaram a fazer do funk original um dos ritmos mais dançantes dos anos 70: The Meters, Sly & The Family Stone, Gap Band, Wilson Pickett, George Clinton (que criou as bandas Funkadelic e Parliament), Bootsy Collins, The Fatback Band e The Propositions, entre muitos outros. Só no final dos anos 70 é que alguns elementos eletrônicos foram incorporados ao funk e o principal nome desta fase foi Roger Troutman (Zapp), criador do talkbox (sintetizador vocal muito utilizado na atualidade).
O Brasil também teve nomes representativos do verdadeiro funk. O maior deles, sem dúvida, foi Tim Maia, principalmente em sua fase denominada "racional". Jorge Ben também se aventurou no ritmo, fundindo-o ao samba - ritmo que ficou conhecido como "samba-rock" e também teve força com a banda Black Rio. Gérson King Combo (considerado o 'James Brown brasileiro'), Tony Tornado, Toni Bizarro e Ladi Zu também grafaram seus nomes na história do funk brasileiro.
O 'FUNK CARIOCA'
- Por que, então, o miami bass é conhecido como "funk"?
A resposta é simples. Na fase áurea do funk, este era o ritmo tocado nos muitos bailes para negros que eram organizados no Brasil, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Estes eventos ficaram conhecidos como "bailes funk".
O tempo passou e estes bailes nunca deixaram de ser realizados, mas o ritmo tocado nas pistas mudou. No caso específico dos cariocas, o miami bass caiu no gosto popular e, como as festas continuavam sendo chamadas de "bailes funk", naturalmente a trilha sonora passou a ser chamada de "funk".
Finalizando, além de merecer respeito, o verdadeiro funk não pode ter sua história apagada por causa da desinformação propagada pela mídia - ou por DJs que não conhecem a verdadeira história musical."
O verdadeiro funk nasceu nos anos 1930, nos EUA, como uma vertente mais dançante da soul music, e inicialmente não tinha nada de eletrônico. Era sim, um ritmo tocado com banda, que influenciou e foi influenciado pelo rock, mas nunca perdeu sua identificação com a comunidade negra - ao contrário do rock, que foi "adotado" pelos brancos.
O verdadeiro funk tem como principal expoente o imortal James Brown, que faleceu no Natal de 2006, logo após completar 50 anos de carreira, mas deixou sua herança em influências que vão do próprio soul ao rock e, principalmente, ao rap, que o tem como uma espécie de "guru". O verdadeiro funk não é pornográfico, mas sim nasceu como forma de exaltar o orgulho negro e fazer dançar. Uma das máximas de James Brown é "Say it loud, I'm black and I'm proud" ("Diga alto: sou negro e tenho orgulho disso"), lema que tornou-se a trilha sonora preferida do Movimento Black Power.
Outros nomes praticamente desconhecidos dos "funkeiros" de hoje também ajudaram a fazer do funk original um dos ritmos mais dançantes dos anos 70: The Meters, Sly & The Family Stone, Gap Band, Wilson Pickett, George Clinton (que criou as bandas Funkadelic e Parliament), Bootsy Collins, The Fatback Band e The Propositions, entre muitos outros. Só no final dos anos 70 é que alguns elementos eletrônicos foram incorporados ao funk e o principal nome desta fase foi Roger Troutman (Zapp), criador do talkbox (sintetizador vocal muito utilizado na atualidade).
O Brasil também teve nomes representativos do verdadeiro funk. O maior deles, sem dúvida, foi Tim Maia, principalmente em sua fase denominada "racional". Jorge Ben também se aventurou no ritmo, fundindo-o ao samba - ritmo que ficou conhecido como "samba-rock" e também teve força com a banda Black Rio. Gérson King Combo (considerado o 'James Brown brasileiro'), Tony Tornado, Toni Bizarro e Ladi Zu também grafaram seus nomes na história do funk brasileiro.
O 'FUNK CARIOCA'
- Por que, então, o miami bass é conhecido como "funk"?
A resposta é simples. Na fase áurea do funk, este era o ritmo tocado nos muitos bailes para negros que eram organizados no Brasil, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Estes eventos ficaram conhecidos como "bailes funk".
O tempo passou e estes bailes nunca deixaram de ser realizados, mas o ritmo tocado nas pistas mudou. No caso específico dos cariocas, o miami bass caiu no gosto popular e, como as festas continuavam sendo chamadas de "bailes funk", naturalmente a trilha sonora passou a ser chamada de "funk".
Finalizando, além de merecer respeito, o verdadeiro funk não pode ter sua história apagada por causa da desinformação propagada pela mídia - ou por DJs que não conhecem a verdadeira história musical."
Texto extraído do site www.humbertodiscofunk.com
Gérson King Combo
Fernanda Abreu
Meus parabéns! Eu sempre soube que o "funk" que esta chamando tanta atenção não é o verdadeiro funk, mas eu não conhecia tão bem.
ResponderExcluirAquela "música" só serve pra putaria mesmo, não precisa saber tocar nada, não precisa ter voz, só precisa ser muito safado e pronto, temos um mc.
E a mídia sempre manipulando, distorcendo as coisas, como fazem com os hackers.
Isso sim e informação, Parabéns pelo excelente texto, acho que todos deveriam conhecer a verdadeira historia.
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