segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que é Política?


Este é um tema bastante difícil e profundo para ser tratado com rapidez. Vivemos hoje em um momento em que a política é questionada, pois, ela é sistematicamente confundida com as ações dos políticos profissionais, principalmente, pelos maus políticos.
Não é fácil discutir a questão da política nos dias de hoje. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder. Porém, o homem é um ser assencialmente político. Todas as nossa ações são políticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida tem conseqüências e somos responsáveis por nossa ações. A omissão, em qualquer aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós.
Nossa ação política está presente em todos os momentos da vida, seja nos aspecto privado ou público. Vivemos com a família, relacionamos com as pessoas no bairro, na escola, somos parte integrantes da cidade, pertencemos a um Estado e País, influímos em tudo o que acontece em nossa volta. Podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos participar da associação do nosso bairro ou fazer parte de uma pastoral ou trabalhar com voluntário em uma causa em que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar num bom político, precisamos conhecer melhor propostas, discursos e ações dos políticos que nos representam.
Não podemos confundir que política é simplesmente o ato de votar. Estamos fazendo política como tomamos atitudes em nosso trabalho, quando estamos conversando em uma mesa de bar ou quando estamos bebendo uma cerveijinha após uma "pelada" de futebol. Estamos fazendo política quando exigimos nossos direitos de consumidor, quando nos indignamos ao vermos nossas crianças fora das escolas sendo massacradas nas ruas ou nas "Febens" da vida. Conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente? ou o Código do Consumidor?, a nossa Constituição, nem pensar e grande demais. E que dizer das leis transito que estamos a todo momento desrespeitando?
A política está presente quotidianamente em nossa vidas: na luta das mulheres contra uma sociedade machista que discrimina e age com violência; na luta dos portadores de necessidade especiais para pertencerem de fato à sociedade; na luta dos negros discriminados pela nossa "cordialidade"; dos homossexuais igualmente discriminados e desrespeitados; dos índios massacrados e exterminados nos 500 anos de nossa história; dos jovens que chegam ao mercado de trabalho saturado com de milhões de desempregados; na luta de milhões de trabalhadores sem terra num país de latifúndios; enfim, na luta de todas as minorias por uma sociedade inclusiva que se somarmos constituem a maioria da população. Atitudes e omissões fazem parte de nossa ação política perante a vida. Somos responsáveis politicamente (no sentido grego da palavra) pela luta por justiça social e uma sociedade verdadeiramente democrática e para todos.

 Adaptado de http://gold.br.inter.net/luisinfo/cidadania/politica.htm, texto de Sérgio Vaz Alkmim

Ciclo de Palestras "Despertando para a Cidadania"

INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO OLÍVIA LAHM HIRT

PROJETO: DESPERTANDO PARA A CIDADANIA

ALUNOS: 2° E 3° ANOS – ENSINO MÉDIO - NOTURNO

TURMAS: 206; 207; 208; 304 e 305

PERÍODO: 1° trimestre 2010

TURMA: 305

“Em Igrejinha, o Sindicato dos Sapateiros está sempre ativo para garantir o direito dos trabalhadores” - Douglas Adam

“ Vamos escolher melhor quem vai lutar por nossos direitos” - Francieli de Souza Rhoden

“Ame a vida porque ela é uma só.” - Marilene C. da Silva

“O analfabeto político é aquele que vira a cara para a questão da política, não se envolve em debates sobre cidadania, vive acomodado” - Luis Henrique da Costa

“O título de eleitor nos dá o direito de votar e escolher quem vai nos representar, defender e garantir nossos direitos” - José A. da Silva Junior

“Devemos ser fortes e perseverar em busca de nossos sonhos” – Márcio M. Priebe

“ Temos que nos amar em primeiro lugar e dar mais valor para nossa família” – Bruna T. da Silva de Souza

“ Muitas vezes somos influenciados pela mídia. Devemos ter opinião própria e não nos deixar influenciar pela mídia.” – Grasiela P.P. Perondi

“ Devemos e podemos ser cidadãos conscientes, lutar por direitos, por justiça e por um mundo melhor.” – Luciane K. Bisol

“ A coleta seletiva do lixo é importante e precisa da colaboração de todos.” – Salete S. dos Santos

“ Se cada um fizer a parte que lhe cabe como cidadão, o mundo poderá ficar melhor” – Eder N. S. Barreto

“ Devemos conhecer as pessoas nas quais iremos votar: seu passado, as idéias que defende e, depois de eleitos, cobrar – acompanhar o seu trabalho”. Mauro F. Ucker

“ Para sermos um bom profissional, temos que estar sempre pesquisando e estudando” - Willian Mateus D. Pinto

“ Nós, jovens, devemos lutar pelos nossos direitos como estudantes e como cidadãos” – Luciele Bender

“As empresas deveriam valorizar mais seus funcionários” – Rosi Léia da Luz

“O PROUNI, nos últimos 6 anos, colocou 500 mil jovens na universidade”- Felipe L. J. Rockenbach

“É inaceitável que ainda existam patrões que não assinam Carteira de Trabalho de seus funcionários. Os direitos trabalhistas precisam ser respeitados” - Lúcia S. Naumann

“Ser um bom cidadão é saber conviver com os outros dentro de uma sociedade” - Jessica R. Chaves

“Alguns políticos aproveitam o desinteresse de seus eleitores e praticam a corrupção” - Emerson C. de Oliveira

“ O Sindicato dos Sapateiros vem desenvolvendo várias atividades em diferentes áreas: saúde, lazer, direitos e outros” - Lenon G. Rodrigues

“Quem vende o voto é tão corrupto quanto aquele que o compra” – Edilce C. Fernandes

“A nossa participação muda a vida dos outros, além da nossa” - Luana V. Hess

“ Devemos cuidar do nosso planeta, senão ele irá morrer e nós também” – Tiago M. Ribeiro

“Apaixone-se pela ideia de ser verdadeiramente feliz” – Mayara T. da Silva

“Devemos pensar globalmente e agir localmente” – Jaqueline Vrubleski

“A família é o nosso maior tesouro” – Daiane L. da Silva

“Devemos evitar que políticos corruptos sejam eleitos” – Micaela L. F. Hartz

“Ser jovem é questionar as injustiças e não se conformar com elas” – Monica A. Jorix

“O jovem precisa de oportunidades” – Flávia F. Lemes

“Ser cidadão é conviver com as diversidades entre as pessoas e poder se comunicar normalmente com elas” – Leonardo Seco

“As pessoas precisam se amar de dentro para fora, amarem a si próprios” – Marcela A. A. dos Santos

“Ser jovem é questionar” Romaica D. V. da Silva

“É possível mudar a realidade e para isso é preciso participar do processo de mudança” – Fernanda T. Haubert

“O trabalhador tem o direito de ser feliz” Valdir de Oliveira Junior

TURMA: 304

“Cidadania: direito de acesso aos bens, compartilhar bens” – Andressa de C. Buske

“A felicidade é a base de nossa vida” – Kayeno S. dos Reis

“O amor não se explica, se vive” – Jonas Moeller

“A mídia impõe conceitos de como o povo deve se comportar” – Marlon E. Schroer

“A Cidadania expressa um conjunto de direitos que dá a pessoa a possibilidade de participar da sociedade” – Tiarles J. Foss

“O jovem é muito capaz; é necessário ter coragem para enfrentar tudo e todos, expor suas idéias e opiniões” – Suelen M. Oro

“A família é muito importante, é a base para nossa vida” – Franciele S. dos Santos

“A mulher não é objeto de uso de ninguém, merece ter sua dignidade e vida respeitadas” – Dionéia P. S. Seidler

“Ser jovem é questionar as coisas, é não se conformar” – Guilherme da Cunha

“A mídia omite os pontos positivos sobre as questões políticas e manipula informações”. Ana Cláudia Martins

“Cuidado! Não se deixe influenciar pela mídia. Devemos ter opinião própria” – Márcia F. Vieira

“Vamos tentar mudar a história que estamos vivendo para que o mundo melhore não só para nós mas para todos” – Naiara Lais Zimmer

“A nossa luta não acabou, muitas mulheres continuam sofrendo, pois nem todas sabem seus direitos” – Antônia P. Bortolini

“Quando nos amamos, somos mais belos, mais felizes” – Carine de Campos

“A vida é construída nos sonhos e concretizada no amor” – Therlen Lima Duro

“Pequenas atitudes resolvem grandes problemas. Cuide do meio ambiente” – Gilvair A. Alves

“A comunidade deveria se unir mais e lutar pelos seus direitos para melhorar nosso país e, por que não, o mundo também.” – Natália A.K. Altenhofen

“Se cada um fizer a sua parte e não só esperar pelos outros, a tendência de melhorias é muito alta” – Marcos F. Lupato

“Não devemos ter medo de nos expressar, pois a ditadura já passou” – Rodrigo T. Rodrigues

“Devemos separar o lixo seco do lixo orgânico. Isso facilita a reciclagem” - Jeverson Despessel

“Todo o lixo que jogamos em lugares inadequados (rua, chão, rios, arroios), muitas vezes, acabam voltando para a nossa casa e causando muitos problemas” – Tamires F. L. Biazzi

“Nós devemos participar mais da política, para escolhermos melhor os nossos governantes e cobrar deles as promessas feitas” – Daniel M da Silva

“Deveria existir um Centro de Cultura em Igrejinha. Este nosso direito precisa ser respeitado” – Daiana T. M. Siebel

“As mulheres, passo a passo, vêm conquistando, cada vez mais, o seu espaço” – Queli P. Jung

“É direito de todo o cidadão ter um ambiente equilibrado ecologicamente” – Fagner Bauch

“A cidadania é fundamental para nossa sociedade” – Cleber A. Sobieski

“Devemos preservar a natureza. Lixo na lixeira”.- Angélica M. da Silva

TURMA 208

“Com nossa participação, podemos sim mudar várias coisas” – Paola T. Fabrício

“Os direitos devem ser iguais tanto para homens como para as mulheres” – Daniele Ferreira

“A Lei Maria da Penha ajuda a mulher em caso de agressão” – Ingride G. Godoi

“PROUNI amplia vagas nas universidades e mais jovens poderão estudar” – Micaela Boeira

“A mulher vem conquistando mais espaços na sociedade” – Márcia Elian de Matos

“A cidadania está em permanente construção, é um referencial de conquista da humanidade” – Leonardo Luiz de Souza

“Feminismo: luta pela igualdade de gênero” – Amanda Ávila

“Devemos sempre querer aprender mais sobre política e sobre tudo o que envolve o país e o mundo” – Marisete Pereira

“Quem não exerce a cidadania está marginalizado, excluído da tomada de decisões.”- Lilian T. de Lima Bordman

“Ao longo do tempo a mulher foi conquistando o mercado de trabalho” – Isaul dos Reis

“Devemos defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações” – Lucas Rafael Schilling

“Amar alguém não é tão fácil, primeiro devemos nos amar e nos compreender para depois conseguirmos amar o próximo” – Denise A. Campos

“No decorrer do tempo muitas conquistas foram alcançadas” – Claudimara Oliveira

“Ser feliz é ter atitude, olhar para a frente e não recuar frente ao tamanho do obstáculo” – Jessica Fabrício

“Mesmo depois de eleito um político é preciso cobrar e acompanhar o seu trabalho para ver se ele cumpre o que prometeu no período de sua campanha eleitoral” – Camila M. da Silva Bandeira

“Precisamos aprender usar nossas próprias forças, e reagir diante das injustiças” – Leonardo M. Fofonca

“Devemos ter um gerenciamento do nosso lixo, separá-lo adequadamente nos seus devidos lugares e reciclar o que for possível” – Robson Lopes Matos

“Vivemos em uma sociedade consumista e globalizada.” – Sabrina R. S. Martins

“Mesmo com todos os avanços, muitas mulheres ainda sofrem com baixos salários, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagem na carreira profissional”. - Ruti da F. Hirt

TURMA 206

“Na cidade de Igrejinha temos pontos de coleta de pneus, pilhas e óleo de cozinha” – Asafe Scheffer

“O mundo precisa de pessoas que exerçam a sua cidadania” – Jaqueline P. Lemos

“Muitos jovens param de estudar para trabalhar” – Fernando R. Müller

“Participar não é apenas votar, mas sim, se envolver em projetos coletivos como o Grêmio Estudantil, ...” Kádina C. de Lima Linden

“Temos que lutar pelos nossos direitos” – Rafael Bohmer

“O lixo orgânico misturado com o lixo seco dificulta a reciclagem. Devemos separá-lo.” – Cleisson S. Bender

“Força e inteligência: formas de vencer na vida” – Angélica B. Morato

“Todos nós temos responsabilidades sobre o meio ambiente em todos os lugares que estamos (casa, trabalho, rua, escola)” – Maria A. V. Pacheco

“Quem não se preocupa e nem participa da vida política, não tem direito de reclamar quando as coisas dão errado.” – Aline Leila de Castro

“Ser jovem é ter responsabilidades de fazer suas escolhas no cotidiano. É questionar as coisas erradas” – Dienifer A. Kaepper

“Se um jovem com 16 anos não votar, acaba deixando outras pessoas decidirem o futuro do país por ele” – Alexandre D. Hatzenberger

“Todos temos direitos de ir e vir, falar, responder sem manipulação” – Viviane K. Philippsen

“Aprendi que é muito importante separar o lixo” – Gislaine Camila F. Fagundes

“Todos os trabalhadores possuem direitos e estes precisam ser respeitados” – Karen C. dos Santos Huff

“A mudança deve começar por jovens como nós” – Debora R. Konrath

“Precisamos de oportunidades para sermos alguém na vida” – Maria Rosane Mantey

“Para termos direitos garantidos temos que trabalhar com Carteira de Trabalho assinada”- Estelita M. Briscner

“Os trabalhadores não devem ter medo de cobrar e exigir seus direitos” – Betina V. de Oliveira

“Amigo é um patrimônio. Devemos cuidar e preservar as amizades verdadeiras” – Ana Carolina S. Braz

TURMA: 207

“Algumas palestras mudaram o meu pensar, fizeram a diferença em minha vida, tanto no trabalho como na vida” – Lucas F. Ayres

“O Sindicato dos Sapateiros auxilia os trabalhadores a lutarem pelo cumprimento dos seus direitos” – Daiana Soares

“Os jovens devem lutar por uma sociedade justa” – Paula Camargo Martins

“Depois da palestra “sem medo de ser feliz” comecei dar mais valor para minha família” – Willian dos Santos Werlang

“A gente tem que ter projeto de vida” – Jonathan Z. da Silva

“Não se exclua da vida social, tome decisões e vote consciente” – Cássia Eloy Pereira

“Vou acreditar mais em mim, lutar pelos meus sonhos e objetivos” – Sabrina dos Santos Ricardo

“Devemos melhorar o estado da Fundação Cultural de Igrejinha” – Sara Rodrigues

“A família está presente também nos momentos difíceis” – Janaína M. L. de Oliveira

“Nós jovens, devemos nos interessar pela política, pois muitas decisões podem influenciar no nosso futuro” – Leila Schulz

“Precisamos de autoestima sempre” – Douglas R. T. da Silva

“É preciso cuidar de nossas plantas” – Maiara Petry

“O voto de hoje pode mudar o dia de amanhã” – Deividi Alberto da Silva

“Devemos pensar global e agir local “ – Ângela Mattos

“Agindo coletivamente, reciclando o lixo, todos se beneficiam e melhora a qualidade de vida” – Catiucia da Silva Camargo

“Alguém no passado lutou para nós termos os direitos de hoje” – Pâmela G. Santos

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Comissão aprova vale-esporte para quem ganha até 5 mínimos

O vale será de R$ 50 por mês, tem caráter pessoal e intransferível e não poderá ser convertido em dinheiro.

Manuela d'Ávila Relatora da proposta Manuela d'Ávila
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o Projeto de Lei 6531/09, que institui o vale-esporte, no valor de R$ 50 por mês, para os trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos (atualmente, R$ 2.550).

O vale tem caráter pessoal e intransferível e será disponibilizado preferencialmente por meio magnético para subsidiar, em parte, o acesso de trabalhadores até essa faixa salarial a eventos desportivos. Pelo texto da proposta, fica vedada, em qualquer hipótese, a conversão do vale-esporte em dinheiro.

Desconto do IR

A empresa que fornecer o vale poderá descontar até 10% do valor do benefício (R$ 5 por mês) da remuneração do empregado. Em troca, poderá deduzir a despesa no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) até o limite de 1% do tributo devido.

A proposta determina também que o gasto com o vale-esporte será classificado como despesa operacional para fins de apuração do IRPJ. A possibilidade de dedução do imposto valerá até a declaração de 2014.

Para a relatora da proposta, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), o esporte, além de ser fator de inclusão social, tem importância na sociedade pelo bem que proporciona às pessoas, tanto físico como intelectual. "O vale será um incentivo para democratizar, na medida do possível, o acesso de todos os eventos esportivos", disse a deputada.

Os empregados que ganham acima de cinco mínimos poderão ter acesso ao benefício, mas só depois que forem atendidos os que ganham abaixo dos cinco salários. Além disso, o desconto na renda será maior (20% a 90%, dependendo da remuneração).

Penalidades

A execução inadequada do vale-esporte ou qualquer ação que acarrete desvio de finalidades resultará nas seguintes punições cumulativas para as empresas operadoras ou beneficiárias:
- cancelamento do certificado de inscrição no programa;
- pagamento do valor que deixou de ser recolhido relativo ao imposto sobre a renda, à contribuição previdenciária e ao depósito para o FGTS;
- aplicação de multa correspondente a duas vezes o valor da vantagem recebida indevidamente no caso de dolo, fraude ou simulação;
- perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito pelo período de dois anos;
- proibição de contratar com a administração pública pelo período de até dois anos; e
- suspensão ou proibição de usufruir de benefícios fiscais pelo período de até dois anos.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Karl Marx

"Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." 
Karl Marx

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Hillary contra o mundo...

O Sequestro Siciliano*
Durante séculos, o sequestro de pessoas ricas fora uma das indústrias mais prósperas da Sicília. Geralmente os seqüestradores eram os mais temidos mafiosos, que enviavam uma carta antes que o seqüestro fosse executado. Era uma forma polida de resolver as coisas, evitando os detalhes mais incômodos; cobrava-se o resgate antes que o seqüestro ocorresse. Como um desconto de atacadista por pagamento à vista, o resgate seria consideravelmente menor, porque todos os detalhes irritantes, como o seqüestro propriamente dito, não precisariam ser consumados. Pois, diga-se a bem da verdade, seqüestrar uma pessoa famosa não é tão fácil como se imagina. Não era um negócio para amadores gananciosos ou desmiolados preguiçosos e imprestáveis, que se recusavam a trabalhar para viver. Não era o evento temerário e suicida que ocorria na América, onde os profissionais do ramo tinham uma péssima reputação. A própria palavra usada para seqüestro na América, “kidnapping”, significando levar uma criança, não tinha correspondente na Sicília, pois nunca se pegava uma criança para resgate, a menos que estivesse acompanhada por um adulto. Podia-se dizer o que quisesse dos sicilianos: que eram criminosos natos, que eram tão astuciosos e traiçoeiros como os turcos, que estavam socialmente atrasados em 300 anos. Mas ninguém poderia contestar o fato de que os sicilianos adoravam as crianças; mais do que isso, as idolatravam-nas. Assim, não havia na Sicília o típico seqüestro americano. Eles “convidavam” uma pessoa rica para ser seu hóspede, não a soltando até que pagasse pela casa e comida, como se estivessem num hotel de luxo.
Essa indústria desenvolvera determinadas regras ao longo de centenas de anos. O preço era sempre negociado através de intermediários, como a Máfia. Nunca havia qualquer ameaça de violência ao “hóspede”, se ele cooperasse. O “hóspede” era tratado com o maior respeito, sempre endereçado por seu título, como Príncipe, Duque, Don ou até mesmo Arcebispo, se algum bandido resolvesse por em risco a sua alma pela captura de um membro do clero. Até mesmo um parlamentar era tratado de Ilustre, embora todos soubessem que aqueles patifes eram os maiores ladrões.
Assim se agia por prudência. A história demonstrava que era uma política que produzia bons resultados. Depois de solto, o prisioneiro não sentia qualquer desejo de vingança, desde que a sua dignidade tivesse sido preservada. Havia o caso clássico de um duque importante, que fora solto e conduzira os carabinieri ao lugar em que sabia que os bandidos estariam escondidos, pagando depois os advogados para defendê-los. Quando eles foram condenados, apesar de todos os esforços, o duque intercedera para que suas longas penas de prisão fossem reduzidas à metade. Tudo isso aconteceu porque os bandidos haviam-no tratado com tanto tato e polidez que o duque chegou a declarar que jamais encontrara maneiras tão elevadas, nem mesmo na mais alta sociedade de Palermo.
Ao contrário, um prisioneiro mal-tratado sempre gastava uma fortuna, depois de solto, para que seus seqüestradores fossem perseguidos, às vezes oferecendo uma recompensa maior do que o resgate pago.
Mas, no curso normal das coisas, se as duas partes se comportassem de um modo civilizado, o preço era rapidamente acertado e pago, o prisioneiro solto. Os ricos da Sicília haviam passado a encarar essa atividade como uma espécie de imposto extra-oficial para viverem na terra que amavam. Como pagavam tão poucos impostos ao governo oficial, eles carregavam essa cruz com resignação cristã.
A recusa obstinada ou negociações prolongadas eram remediadas por uma branda coação. Talvez então houvesse uma orelha cortada, um dedo amputado. De um modo geral, isso era suficiente para que todos recuperassem o bom senso. A não ser nos casos extremamente raros e lamentáveis em que o corpo tinha de ser entregue, ritualmente mutilado e crivado de balas. Ou então, como nos velhos tempos, apunhalado numerosas vezes, no padrão de uma cruz.
Mas “Convidar um Hóspede” era sempre um empreendimento meticuloso. A vítima tinha de ser observada por algum tempo, a fim de que se pudesse levá-la com um mínimo de violência. Mesmo antes disso, cinco ou seis esconderijos precisavam ser preparados e abastecidos de suprimentos e guardas, pois se presumia que as negociações poderiam ser demoradas, enquanto a polícia procurava pela vítima. Era, em suma, um negócio complicado, não para amadores.
* texto retirado do livro O Siciliano, de Mário Puzo.

Download do texto: http://www.mediafire.com/?jmd2zhwvyr3

segunda-feira, 10 de maio de 2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010